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Monday, November 12, 2012

Vinte e poucos

Não é nada fácil estar na casa dos vinte e poucos anos. Todo mundo espera coisas de você: um bom emprego, um namorado/noivo, um apartamento - nem que seja alugado mesmo, uma promoção na multinacional x que te paga um salário astronômico.

Nunca passa pela cabeça das pessoas considerarem o que você quer ou pensa, seus medos, anseios, angústias da vida adulta, já que a faculdade já acabou há alguns bons anos e os 30 já estão batendo na porta. Sim, a vida adulta, no sentido mais amplo e complexo da expressão, com as contas a pagar, o salário que no fim do mês já não dá pra nada, as dívidas, a rotina, o chefe, o "colega" tentando puxar seu tapete. Mundo, pare agora que eu quero descer!

Não quero ter de me preocupar com essas coisas todas. Eu quero é ser feliz, do meu jeito, sem ninguém tentando me dizer o que fazer, muito menos como. Quero sentar na grama e ler Dickens, e Dan Brown também, sem ninguém me julgar intelectual de mais ou de menos. Quero experimentar todos os tipos de café da Starbucks, como se o café fosse acabar amanhã e eu não tivesse mais essa possibilidade. Quero dançar loucamente, como se ninguém estivesse olhando, rodopiando, saltitando, gargalhando com os braços levantados e todos os dentes à mostra.

Quero andar de mãos dadas com alguém especial, sorrindo, contando as estrelas do céu, as folhas no chão, as flores que estarão por vir, e colorir seu mundo como Monet, e ser como uma cachoeira quando você estiver com sede, ficar sem ar e sentir borboletas no estômago. Quero andar sem rumo, conhecer o infinito, abraçar um arco-íris e ganhar meu pote de ouro. Quero viajar para os mais distantes e intocáveis destinos do mundo, sentir e ser sentimento, viver como se hoje fosse o melhor dia da minha vida.

Mas, como dizem por aí, é hora de parar de sonhar e acordar para a vida. Minha parada já é a próxima e eu tenho de ir trabalhar, afinal, eu tenho contas a pagar, dívidas a liquidar e uma vida inteira pela frente para lamentar.

Sunday, November 11, 2012

A viagem

Finalmente, depois de quase 11 meses aqui, eu saí do conforto de Charlotte para visitar um outro lugar... a emoção foi tanta que eu nem consigo explicar em palavras o que se passa na minha mente...

Ok, deixando de lado todo o melodrama nada comovente de quem nunca sai de casa, seja por qual motivo for, visitei Atlanta por um fim de semana com duas amigas queridas daqui de Charlotte. Dia anterior fomos num bar onde um outro amigo nosso estava se apresentando como DJ e, olha, foi bem interessante. O som é mais alternativo, e eu muito curti e me acabei de dançar, como manda o figurino. Posei no apê delas mesmo, porque a ideia era sair de lá às 6 am, mas brasileiras que somos, acabamos saindo 7 e tantas.

Pegamos nosso rumo e fomos seguindo alegres e saltitantes até Atlanta. É muito fácil chegar lá, só pegar a I-85 e seguir reto como se não houvesse amanhã. Entediante, se é que você me entende. Depois de muitas e muitas milhas, finalmente chegamos. Fomos direto para o World of Coca Cola. Eu não sabia desse detalhe, mas a empresa é de Atlanta. Um museu bem divertidão que conta a história da Coca desde os primórdios, mas a melhor parte foi poder experimentar as diferentes bebidas que a empresa fornece pra cada continente. Tomei uma coisa da África que gente, que delícia!! As piores são as da Ásia, mas né, até aí a gente já sabe como funciona.

Depois fomos na padaria brasileira comer. A Ana tinha falado dessa padaria e, claro, nosso almoço teria de ser lá. Ela fica em Marietta, uma das cidadezinhas vizinhas de Atlanta. Seria como, sei lá, Taboão da Serra pra mim, nos arredores. Que saudade de comer coxinha!! Um monte de gente falando português, comendo coxinha, feijoada, pastel. Fui de coxinha, claro, e as meninas foram de pastel. O ponto negativo foi que tinha queijo no lugar do catupiry, mas né, a gente ignora e finge que tá feliz. Depois fomos direto pro hotel e tiramos aquela sonequinha básica. Viagem é sempre uma coisa cansativa, mas como só teríamos um fim de semana, a soneca teve de ser bem rápida. Daí fomos nos aprontar porque tínhamos um jantar com uns amigos das meninas, e depois uma balada.

Jantamos no The Spence, um restaurante maravilhoso do chef Richard Blais. O mais legal desse restaurante é que o menu muda diariamente, ou seja, você sempre vai encontrar uma coisa nova pra saborear. Comi um fried pork terrine com molho de mostarda dijon e um barbecue adocicado de entrada e um hamburguer delicioso e super suculent, recheado com queijo e homestyle french fries, tudo acompanhado de uma taça de Pinot Grigio. Delícia!!! Depois fomos na Opera, uma balada muito, mas muito grande, comparando com as opções que temos aqui em Charlotte. Muito hip hop, R&B, amei o som!! E a decoração também não deixou nada a desejar. Foi bem divertido e os amigos das meninas são muito legais. Dançamos horrores, mas como nada é pra sempre, tivemos de ir embora antes do que imaginávamos por conta de alguns imprevistos...


No dia seguinte fomos bater perna pelo parque onde foram realizadas as cerimônias de abertura e encerramento das Olimpíadas de Atlanta. Bem legal, um espaço enorme com gramado verdinho, fonte e espelho d'água. Aí, bem onde nós estávamos, tinha uma celebração do Diwali acontecendo. O Diwali é um festival indiano enorme, comemorado em todos os lugares na Índia e em todo o mundo. Muita dança, comida, apresentações culturais. Ficamos pouco tempo porque a Miriam tinha de trabalhar no domingo, então paramos num restaurante que fica no parque mesmo, mais uma hamburgueria, pegamos nosso almoço e voltamos pra casa.

Foi muito bom viajar!!! Eu já estava precisando mesmo descansar um pouco, afinal estou trabalhando direto desde que eu decidi ser aupair, em abril de 2011. Agora eu só preciso pensar em qual será o próximo destino... quero muito conhecer DC e, finalmente, NYC, mas essa época é um absurdo de caro, fora que todo mundo aqui já tirou férias, só eu que não. Mato sem cachorro, se é que você me entenda... mas vamos ver, espero que eu decida logo o que eu vou fazer, porque tenho duas semanas de férias pra gastar, e eu vou gastar to-dos os dias que eu tenho, pode ter certeza...