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Wednesday, February 20, 2013

Pequenas coisas que fazem bem


Acho que eu tenho me sentido mais feliz ultimamente. Sim, porque minha felicidade está diretamente ligada à minha capacidade de colocar minha criatividade em prática. Não sei se isso acontece com outras pessoas, mas toda vez que eu estou me sentindo bem, alegre, feliz, saltitante, coisas legais saem da minha cabeça e se personificam facilmente, como se o processo criativo - seja ele qual for - fosse uma coisa tão simples quanto tomar um gole d'água.


Leio livros de 500 páginas em horas, encontro desenhos, gravuras e pinturas com os quais eu me identifico de verdade nas minhas pesquisas na internet, minhas fotografias ficam do jeito que eu realmente quero - incluindo as edições, mesmo que eu não seja nenhum expert no assunto. Até os posts no meu blog ficam muito mais consistentes.


Tudo começou semana passada, numa bela manhã regada a muito cupcake e frosting - uma das coisas mais legais que eu já fiz com minha kid e recomendo pra todo mundo de olhos fechados. Dali em diante, só felicidade.



E eu quero é ser feliz assim todos os dias!!

Saturday, February 16, 2013

Let it snow


E finalmente aconteceu: eu, pela primeira vez em 26 anos de vida, coloquei minhas mãos, que agora escrevem este post, na neve. Sim, neve de verdade, daquelas que caem do céu quase que magicamente, em floquinhos, flocões, como manda o figurino.

Desde que eu cheguei aqui, em dezembro de 2011, estava louca pra ver a tal da neve. No treinamento, em NJ, não tivemos muita sorte, apesar de estar um frio do cão por lá e eu ter até mesmo pegado uma gripe que me derrubou lindamente no meu primeiro final de semana em terras obamenses. Aqui, durante janeiro, fevereiro e março, a mesma coisa: nada de neve. E teve até um dia que o calor foi tanto que metade da cidade estava nos parques, malls e etcs com seus filhos, amigos, namorados, esposos se divertindo e tomando uma bela cerveja bem geladinha, ou um sorvetinho lindo para os underage.

Fiquei o ano todo consultando os mais diversos e bizarros forecasts pra ver se eu ainda teria a chance de ver a tal da neve. Segundo todos os lugares que eu consultei, ia nevar razoavelmente no meu pedaço. Super me empolguei, claro. Daí fui pro Brasil renovar meu visto e coisa e tal. E nevou, quando eu estava lá. Só um pouquinho, mas já dava pra tirar uma onda, saca?

Minha host vivia tirando uma com a minha cara, dizendo que justamente quando eu estivesse no Brasil, ia nevar. Dito e feito. Óbvio que eu estava linda, leve e solta com o meu povo, tomando um bronze e comendo um camarão na beira do mar, mas eu ainda queria dar uma olhadinha na neve, né, afinal ninguém é de ferro. Quando eu voltei, ainda fiquei uns bons dias olhando pela janela, pra ter certeza de que quando viesse eu não perderia. Nada.

Juro que eu já tinha desistido. Aí olhei o forecast no celular e estava lá, 30% de chance de nevar hoje. Vi isso na semana passada e nem perdi meu tempo acreditando. Aconteceu outras vezes e não vi nem o cheiro da neve (e neve lá tem cheiro???) por aqui. Comecei a trabalhar mais tarde hoje, estava eu super curtindo um sono maravilhoso, quando o celular toca. Mensagem. Da minha host.


Ela escreveu assim: "Mari, acorda!! Tá nevando!". E estava. Tinha chovido de manhã, então nem teve como acumular nada no chão, e nem nevou taaaanto assim. Mas eu fiquel lá debaixo uns 15 minutos, só curtindo a minha primeira neve. Foi lindo!! Tinha uns flocões, depois floquinhos, lindo mesmo. Fiz questão de abrir bem as persianas pra poder ficar lá admirando a neve caindo...

E o dia foi meio boring, comecei a trabalhar só 4 pm, minha kid estava dormindo e tal. E já tinha começado a nevar em outras bandas da cidade, lá pro norte, o povo todo super empolgado, só postando fotos no Facebook. E eu lá, dobrando roupa, indo acordar uma criança que eu sabia que ia causar porque ela foi descansar tarde e não iria dormir o suficiente... mas, mesmo assim, eu estava lá, firme no propósito e super acreditando na lei da atração: tentei outras vezes e super funciona. Daí eu estava colocando minha kid em time out e, de repente, me deu vontade de olhar pela janela: estava nevando!!!

Gente, nevou lindo! Um monte de neve no chão, cobrindo os carros, as plantas, as árvores. Coisa mais linda!! Muita água também, porque a coisa já ia derretendo conforme ia caindo, mas nevou muito!! E acumulou um monte no chão. Levei minha kid lá fora com muito sacrifício, ela não se empolgou muito, é meio medrosinha e tal. E eu lá, querendo me tacar no chão e ser feliz. Claro que não deu, porque eu estava trabalhando. daí tive de entrar, dar remédio pra bebê, janta pra mais velha, e tal. Meus hosts ligaram avisando que já estavam vindo pra casa, ficaram preocupados por causa da neve e do possível black ice - quando a neve derrete e as ruas e estradas não absorvem a água, e a temperatura cai e congela a água, que deixa a estrada mais perigosa pra dirigir porque escorrega muito. Eles chegaram, trouxeram um sanduíche, que eu comi voando. As kids já estavam prontas pra dormir, banho tomado, remédio tomado e tudo o mais. E o que eu fiz??



Saí pra ver a neve, claro. Andei, afundei meus pés até não senti mais os dedos, minhas mãos basicamente congelaram, chegou uma hora em que eu não sentia mais nada. Parecia uma criança. Tirei a neve de cima do carro, da mesinha no quintal, andei, deitei, rolei, joguei neve pro alto, rolei mais uma vez. Quase me trancaram pra fora da casa, ainda bem que meu host deduziu que eu estava lá fora. Poderia ter sido mais legal se eu tivesse alguém pra curtir o momento, fazer guerrinha de bola de neve, boneco de neve - o anjo de neve eu fiz, claro. Mas não tinha. Minhas kids são pequenas, e meus hosts não são do tipo que ficariam lá fora tacando neve sem motivo. Mas eu curti.

A neve por aqui não resiste muito tempo, e até já começou a derreter. O estado fica numa área mais quente, pros lados da Flórida, Geórgia. Talvez essa não seja nem uma explicação razoável, mas o que interessa é que mesmo no inverno não faz tanto frio assim. Mas olha, eu posso dizer porque eu vi: é uma coisa linda de Deus essa neve caindo...

Thursday, February 7, 2013

Saudades das pequenas coisas...

As pequenas coisas só têm valor quando já não são mais possíveis, ou passíveis, de serem realizadas. Com essa conclusão de vida eu começo mais um post nesse meu humilde blog sem nome.

Sempre gostei muito de cozinhar, de arte, de literatura, de criar. E, se eu pudesse colocar tudo junto, num mesmo balaio de gatos, melhor ainda. Nunca aprendi como beber, mas sempre gostei de vinhos também. E essa sou eu, humildemente refinada, como eu gosto de dizer.

Quando eu estava no Brasil, sempre fazia aquele agradinho a mim mesma: vinhos, petiscos, um jantarzinho mais caprichado, com aquela cara de restaurante chiquetoso e tudo o mais. E isso sempre acontecia, quase que semanalmente. Acho que boa parte dos meus últimos salários foi gasta em queijos, vinhos, nozes, essas coisas.

Tudo mudou quando eu vim para cá, morar na casa de pessoas. Sim, porque eu moro aqui agora, mas não é exatamente a minha casa. Tanto que eu só fiz dessas firulas uma única vez, quando meus hosts viajaram e eu convidei algumas amigas para virem aqui passar um tempo. Nunca mais. Quando eu cozinho alguma coisa é sempre muito básico, já que o meu host não curte muito os incrementos que eu adoro colocar nas minhas receitas - quando eu fiz moqueca capixaba com pasta ele falou na lata que não tinha gostado, então eu nem me preocupei mais em criar nada mais bonitinho...

Nem mesmo meus doces, bolos, biscoitinhos. Nem cupcakes eu faço, e olha que eu estou na terra do cupcake. E como eu sinto falta disso. Sou do tipo que adora inventar moda, então sempre tenho uma receita na manga, adoro chamar o povo todo pra testar - e a sensação de alguém apreciando sua comida é indescritível... mas aqui eu não me sinto confortável o suficiente pra aparecer com minhas delicinhas aleatoriamente. Ah, não.

É nessa hora que eu sinto aquela saudade imensa da minha casa, da cozinha, dos cantinhos, dos meus pais e minhas irmãs em volta do fogão, esperando pela próxima guloseima. A cara de felicidade das minhas primas toda vez que eu tirava do fogão algum prato novo, nem que fosse só a minha clássica pizza de pão de forma, que eu faço desde meus 12 anos - e já fiz aqui uma vez pra minha kid.

Ah, a saudade dessas pequenas coisas, que consome meu coração...

Sunday, February 3, 2013

Fotografia


Eu sempre fui uma pessoa artística. Mesmo que não soubesse exatamente o que eu estava fazendo, já me via envolvida com todo o tipo de arte, de modo geral. Não sei bem dizer desde quando aprecio a literatura, a pintura, a escultura, só sei que tudo isso sempre esteve presente no meu imaginário desde os primórdios tempos da infância.

Depois de adulta, comecei a me interessar pela fotografia. Daí veio o sonho da câmera própria, realizado assim que eu cheguei em terras obamenses. Mas confesso que pouco fotografei durante o ano passado. Fiz alguns cliques, mas nada que eu pudesse dizer que era a minha cara. A grande surpresa foi quando um casal de amigos daqui me chamou para fotografar um ensaio de noivado.


Avisei que eu quase não tinha equipamento, que seria tudo no mais puro amadorismo e "jeitinho brasileiro", mas fomos. Gostei muito de ter feito isso, foi bem interessante mesmo e acabei curtindo o negócio. Procurei cursos de fotografia por aqui, mas nada batia com o meu horário louco de trabalho. Então saí à caça de algo que pudesse me ensinar alguma coisa online.

Encontrei de tudo um pouco, coisas boas, coisas medianas, coisas que não me ajudaram em coisa alguma. Tenho lido muito, testado muito, clicado muito mais, mesmo que no conforto do meu quarto, só pra testar alguma coisa nova que eu aprendi. Encontrei um programa de edição supimpa e muito fácil de usar, estou aprendendo muito mais coisas que eu poderia imaginar.


Ah, a felicidade está nos pequenos cliques!!

Saturday, February 2, 2013

Tudo o que é bom dura pouco

Já estou em terras obamenses, mais uma vez. Acho que 15 dias não foram quase nada para matar a saudade que eu estava de tudo e todos, e infelizmente não consegui ver muitas pessoas queridas que eu adoraria ter visto. Mas penso que se eu tivesse ficado mais de 15 dias eu não teria condições de voltar pra cá. Por mais que eu goste daqui, não há lugar como o lar.

Passei dias adoráveis no Brasil. E detestáveis também, pra não perder a tradicionalidade do convívio familiar: quem nunca discutiu, brigou, ou teve um bad hair day no dia da festa de formatura da irmã que atire a primeira pedra. Mas família é isso aí, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença, por todos os dias das nossas vidas.

Cheguei num domingo de manhã, acabada, com a cara inchada de horas e horas de aeroporto/avião. Meus pais foram me buscar, e a felicidade de ter passado lisa pela alfândega me fez querer ter trazido muito mais coisas, mas enfim. Acho que eu nem teria dinheiro para tudo o que eu imaginei que eu poderia ter levado. Dei o abraço mais apertado que eu pude nos dois, chorei de emoção quando vi a minha terra, lá do alto, com todo o seu cinza deslumbrante, e uns pontinhos verdinhos também, porque São Paulo não é feita só de prédios não.

Quando aportamos na minha humilde residência, tudo normal, como de costume, até eu abrir a porta da sala e me deparar com aquele mar de gente gritando "surpresa!!!". A festa foi tão boa que só acabou, a muito custo, pra lá de meia noite. E ainda teve McDonald's no final. Rever tanta gente linda e que me faz tanta falta não teve preço. E conhecer todo aquele povo novo me fez feliz também, porque agora eu fico muito mais tranquila em saber que deixei minhas irmãs e meus pais em boas mãos.

Depois disso veio a entrevista no consulado, mais uma vez, visto concedido e só alegria... finalmente fui à praia novamente, com minhas irmãs e minha mãe (meu pai precisou trabalhar, então só fez a gentileza de nos levar e voltou no final de semana). Aí veio a última semana, a colação de grau da minha pequena, o baile, a volta pra cá.

Passou tudo tão rápido... acho que eu ainda não me situei sabe. Ainda tenho uma sensação de vazio por ter deixado todo mundo lá, e é mais estranho ainda pensar que quando cheguei aqui pela primeira vez não senti nada disso... estou tentando ocupar a cabeça, logo vou voltar a estudar inglês - que nunca é demais, claro - e continuar a tentar entrar em alguma universidade por aqui. E a vida continua, mas a saudade anda apertando muito mais do que eu poderia imaginar...